A ciência da gestão da inovação está em transformação.
Até as duas últimas décadas do século XX gestão tinha um significado; administração.
No século XXI, dizem os especialistas que gestão passou a significar inovação.
O motivo é o desvio dos olhares para a inovação como o principal foco da estratégia das empresas que se mostram vencedoras.
Mas por quê?
A resposta está na evidente aceleração no ciclo de vida dos mercados com reflexos em todas as formas de inovação; produtos e serviços, processos, marketing, modelos de gestão, modelos de negócio, e acredite até mesmo em profissionais.
É um pouco estranha essa mudança.
Mas é fato.
Quanto mais o tempo passa, mais demanda por inovação, com mais frequência.
E também podemos constatar que a teoria das “empresas feitas para durar” é pura ilusão.
Não existe empresa feita para durar.
A tendência de toda empresa é a mesma da existência humana; limitada, com prazo de validade.
É por isso que existe gestão.
Do contrário não seria necessário gerir nada.
CONHECIMENTO É BASE PARA A INOVAÇÃO
A erosão do valor nos negócios então é uma realidade e por isso a inovação que antes acontecia esporadicamente, se torna fatalmente inevitável.
Como processo, passa a ser gerida.
E daí nasce a gestão da inovação.
O conhecimento é a base para a inovação e sua gestão é fator crítico para a inovação sistemática, verdadeira versão do processo inovativo que interessa.
Também é o conhecimento que alavanca os planejamentos estratégico e tecnológico.
A partir de então, o processo de gestão da inovação segue com a gestão de ideias de forma colaborativa e compartilhada.
As ideias passam pelo funil e são categorizadas em imediatamente promissoras, boas para o futuro próximo e boas possibilidades futuras.
Não existe ideia ruim.
O que tem existido são ideias fora do contexto atual e muito comumente gestores “assassinos” de ideias e “assassinos” da criatividade.
Essa etapa da gestão de ideias já nos faz refletir sobre a primeira tarefa essencial de um líder de um projeto de inovação; incentivar verdadeiramente a geração de ideias e de forma sistematizada.
O maior desperdício de muitas empresas é exatamente nesta fase de criação.
As ideias imediatamente promissoras dão origem a um portfólio de projetos.
E os projetos prioritários são eleitos.
DESAFIOS DO LÍDER NA GESTÃO DA INOVAÇÃO
É neste ponto que começa o maior desafio do gestor; transformar o projeto em inovação, gerando lucro e/ou redução de custo, com máxima eficiência, no prazo estipulado (certamente o menor possível, pois o mercado não aguarda), mitigando todo tipo de risco, a começar pelos riscos da própria execução e usando os recursos disponíveis.
Haja coração!
Haja liderança!
Sem contar que em determinados casos, temos a inevitável fase da prototipagem, que inclusive tem sido alvo de grandes aprimoramentos na ciência da inovação.
Podemos dizer que os protótipos são a nossa última chance de “errar à vontade” e não há nada de mal nisso.
Em gestão da inovação, eficiência é errar bastante durante o fluxo, para não descobrirmos que erramos depois dele, quando a oferta já está no mercado ou quando já investimos “muita grana” ou muito tempo no desenvolvimento de um novo processo, estratégia de marketing, modelo de gestão ou de negócio.
Por último o gestor de projetos aciona a gestão de marketing, que na saída do funil assume um papel de propagação da oferta, seja no ambiente interno ou externo à empresa.
Desta forma, cada projeto de inovação é criado com base em ideias potenciais e a partir de sua execução fica clara a grande missão do líder; obter o máximo desempenho das pessoas que colaboram para o resultado.
Assim, o líder de um projeto de inovação precisa ser um verdadeiro “maestro” e acima de tudo deixar muito claro para sua equipe que dois principais indicadores balizam as ações:
1) O tempo total até o mercado (a medida de tempo entre o surgimento da ideia e o início do retorno financeiro como lucro e/ou redução de custo)
2) Lucratividade/redução de custo (quanto dinheiro novo apareceu como consequência do projeto)
Todo projeto de inovação é alvo deste tipo de métrica.
Do contrário simplesmente não haverá inovação.
Por definição, se o projeto for de um novo produto, o sucesso em vendas é o mínimo que se espera.
Se for de um processo, espera-se mais eficiência com elevação de lucros e/ou redução de custos.
Se for de uma inovação em marketing, também se espera uma “alavancagem” nas vendas, que é afinal o grande objetivo do marketing.
Se for inovação em gestão, a expectativa será de uma mudança na estrutura organizacional e consequentemente nos resultados.
E se for de um modelo de negócio também esperaremos mais resultado financeiro.
INOVAÇÃO É TRANSFORMAR IDEIAS EM RESULTADO
No mundo dos negócios, só é inovação se acontecer “a mágica” de transformar ideias em resultado.
É por isso que muitos inventores geniais não são inovadores, pois apesar de seu talento, conhecimento, trabalho duro e criatividade notável, seus projetos não se transformaram em dinheiro.
Em minhas conferências pelo país, quando o tema é liderança sempre uso uma simples definição;
“liderar é colocar as pessoas no caminho do resultado e acompanhar todo o percurso, de corpo e alma”.
O lado mitológico da liderança, tão explorado por muitos autores do assunto, certamente tem um papel importante na ativação da motivação para liderar.
Mas de fato, também precisamos do lado pragmático, lúcido, conscientes de que estamos acima de tudo correndo contra o tempo e atrás do resultado.
Liderar projetos de inovação é sem sombra de dúvida uma das maiores competências deste século.
A gestão de projetos já está na rota da inovação e cada vez mais fará diferença para os líderes que já deram o primeiro passo no caminho que leva ao resultado.