A economia criativa virou o mundo de cabeça para baixo, mas não é de hoje que os pensadores vêm alertando sobre seus futuros efeitos nos negócios e na sociedade.
Quando os estudiosos do marketing e do comportamento humano há alguns anos afirmavam que após a era do conhecimento viria a era da imaginação, muita gente pensou que fosse mais uma estratégia de venda dos “Best Sellers”.
Mas os estudiosos estavam certos. Thomas Friedman, autor de “O mundo é Plano” é um deles.
Peter Drucker também andou “ensaiando” pensamentos que remetem à relevância da imaginação no universo empresarial.
Um dos mais famosos é o que diz que:
“A meta do marketing é conhecer e entender o consumidor tão bem, que o produto ou serviço se molde a ele e se venda sozinho”.
Isso significa, nada mais nada menos do que saber exatamente o que se passa na cabeça e principalmente no “coração” do consumidor.
Uma boa dose de imaginação é que nos dá poder para transformar o desejo do cliente em uma venda sem esforço.
Na atualidade, cada vez mais as decisões de compra são determinadas por fatores emocionais, mesmo na aquisição de produtos para a sobrevivência.
CONHECIMENTO VIROU COMMODITY
A era do conhecimento ou era da informação, como o próprio nome diz tem como principal meio de geração de valor a informação, que gera conhecimento nas pessoas.
A tecnologia permitiu que toda e qualquer informação existente no mundo chegasse até mesmo aos nossos lares e por isso o conhecimento passou a ser de todos, tornando-se progressivamente uma espécie de “commodity importante”, que progressivamente está se tornando uma commodity.
Basta pensar que em países emergentes, o índice de pessoas com curso superior aumentou muito nos últimos 10 anos e um “exército de bacharéis” são libertados no mercado a cada semestre para iniciar a “guerra pelo trabalho”.
E para piorar a situação, muitas “crenças ancestrais” ainda permanecem, como por exemplo a de que quem estuda mais terá mais sucesso na vida, o que de fato não é uma verdade absoluta.
ECONOMIA CRIATIVA E INOVAÇÃO
Assim, outros atributos passam a fazer a diferença na geração de valor nos mercados em todo o mundo.
O principal deles é:
a capacidade de imaginar e de combinar a imaginação com a informação; é dessa combinação que nasce a a verdadeira inovação.
A economia criativa, se trata literalmente de uma espécie de resgate da arte no trabalho, como nos tempos dos grandes gênios da música, da pintura e da literatura.
Se observarmos a evolução do pensamento inovativo que as empresas líderes estão praticando é fácil constatar que a imaginação está se tornando uma variável indispensável, um fator crítico de sucesso para as empresas que buscam crescimento sustentável.
E isto ocorre principalmente por dois motivos:
- Primeiro porque o conhecimento virou commodity, passou a ser de todos, e portanto passou a não ser tão raro como no passado
- Segundo que o comportamento do consumidor mudou muito, principalmente dos mais jovens, que trazem no “DNA de sua personalidade” um nível de exigência e de percepção de qualidade mais elevado e simultaneamente volátil. Ou seja, um consumidor mais fácil de ser conquistado quando recebe o que de fato deseja e por outro lado, muito menos tolerante aos erros do mercado.
O QUE É QUALIDADE
Diversidade é a palavra que melhor caracteriza a percepção da qualidade nos tempos modernos.
Isso porque temos muitos clientes diferentes que definem qualidade cada qual à sua maneira.
As demandas são muito distintas e cheias de peculiaridades.
O mercado de serviços vem crescendo em todo o mundo.
Sua produção é como se diz no Brasil “a bola da vez”.
Isto porque as necessidades mudaram.
E o grande desafio em fazer qualidade neste mercado é ser capaz de lidar com “desejos invisíveis”, com o imaginário, com a produção da qualidade durante a produção dos “novos produtos” ou seja, dos serviços, que são cada vez mais numerosos a cada dia, tanto isoladamente quanto agregados a produtos.
ECONOMIA CRIATIVA: CLIENTES COMPRAM SENTIMENTOS
Na palestra Marketing e Benchmarking que realizei no Brazil Quality Summit 2010, importante evento de premiação realizado pelo Latin American Quality Institute em São Paulo, mencionei que na atualidade o cliente compra sentimentos.
Tal afirmação pode soar um pouco estranha.
Mas a verdade é que o resultado de qualquer transação comercial é um sentimento, mesmo na venda de um produto ou de uma commodity.
No caso das commodities, relações de confiança e presteza entre comprador e vendedor são essenciais, pois trata-se de um mercado geralmente de abastecimento, que depende de constância, solidez.
Assim o conceito de cadeia de valor marca presença neste tipo de comércio e o sentimento que determina a escolha dos parceiros é determinado pelo nível de confiabilidade na entrega e na qualidade, ou melhor dizendo, pelo nível de confiança entre as partes.
Outro exemplo é o mercado dos softwares.
Se um empresário adquire um software para aprimorar a gestão da sua empresa ele está adquirindo uma ferramenta analítica, capaz de gerar relatórios, cruzar dados internos, produzir informações confiáveis e até mesmo buscar dados no mercado.
Mas como resultado este empresário busca é mais segurança e controle para seus negócios e para si mesmo.
AMBIENTE DE COMPRAS E SENTIMENTOS DOS CLIENTES
Por outro lado, pensando em termos de consumidor do varejo temos o caso da dona de casa, que ao se preparar para receber os familiares na noite de sábado faz compras para o jantar especial e já entra no supermercado com o espírito de integração, de confraternização e de alegria que a reunião familiar propõe.
Ela compra no acima de todos os produtos, um sentimento de alegria, e é por isso que os especialistas em marketing no varejo tanto insistem que o ambiente de compras deve ser preparado para o consumo por meio de estímulos que se alinhem aos sentimentos do cliente.
AMBIENTE DE COMPRAS E SENTIMENTOS DOS CLIENTES
Por outro lado, pensando em termos de consumidor do varejo temos o caso da dona de casa, que ao se preparar para receber os familiares na noite de sábado faz compras para o jantar especial e já entra no supermercado com o espírito de integração, de confraternização e de alegria que a reunião familiar propõe.
Ela compra no acima de todos os produtos, um sentimento de alegria, e é por isso que os especialistas em marketing no varejo tanto insistem que o ambiente de compras deve ser preparado para o consumo por meio de estímulos que se alinhem aos sentimentos do cliente.
Mas estamos em um tempo de transição da era da informação para a era da imaginação.
Este momento em detalhes, sutilezas, pensamentos, sentimentos se tornam relevantes demais para os negócios.
São as forças invisíveis que antes desprezávamos e que de agora em diante serão o motivo de nossos aprimoramentos e evoluções.
Qualidade na era da imaginação é resgatar a capacidade de fazer como o cliente sente.
É buscar as razões emocionais escondidas por detrás de uma intenção, de uma comparação, de uma decisão, de uma aquisição.
É sintonizar a produção com o estado de espírito do consumidor, com seus projetos futuros, com os valores universais que permeiam e motivam o comportamento destes novos tipos de clientes que querem qualidade, cada qual à sua maneira.
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Muito inspirador esse artigo!